terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fumo - Florbela Espanca

 
Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos

Os dias são Outono: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o vosso sonho!  Estendo os braços
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...



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Um comentário:

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